UMA INÉDITA HISTÓRIA DE RESISTÊNCIA

Sindicato dos Trabalhadores nas empresas revendedoras de combustíveis e derivados de petróleo, serviços de lavagens de veículos e estacionamentos rotativos de Chapecó e região oeste, meio oeste e planalto norte de Santa Catarina.

No mês de outubro de 1991, os trabalhadores do oeste de Santa Catarina desencadearam um movimento para criar o SITERCOMOC - Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas Revendedoras de Combustíveis e Derivados de Petróleo, Serviços de Lavagens de Chapecó, Região Oeste e Meio Oeste de Santa Catarina. A frente da iniciativa estava o então frentista Juscemar Pavão, atual presidente da entidade sindical.

Um dos motivos que originaram o desmembramento foi a distância do sindicato estadual localizado em Itajaí. Os trabalhadores não possuíam assistência adequada e estavam totalmente abandonados.
A luta para criar o sindicato foi árdua e repleta de dificuldades. Os integrantes da comissão pró-fundação encontravam problemas de toda natureza, mas o principal era a falta de recursos financeiros. Para custear as despesas, “vaquinhas” eram feitas com dinheiro do bolso de cada um.

Um grupo filantropo promoveu a primeira reunião para tratar da fundação do sindicato e proporcionar mais segurança, lutar por melhores salários, condições de trabalho e sociais. O assunto passou a ser tratado na justiça e a batalha durou oito anos, com o processo passando por todas as instâncias. A comissão venceu em todas. Hoje, o SITERCOMOC está constituído e trabalhando pela categoria.

Em 2000 o Ministério do Trabalho concedeu a Carta Sindical, permitindo o funcionamento do sindicato de fato e de direito. O de Chapecó foi o primeiro sindicato desmembrado do estadual. Depois surgiram os de Lages, Criciúma e Florianópolis. Após a oficialização do Sindicato, a primeira diretoria eleita passou a trabalhar. O presidente Juscemar Pavão permaneceu na empresa por mais de um ano e somente em 2001 foi licenciado e passou a cumprir expediente integral na sede do sindicato.

Uma das primeiras medidas de Pavão foi promover visita a todos os postos de combustíveis localizados nos 69 municípios da área de abrangência do sindicato, entre Dionísio Cerqueira e Campos Novos. Esta peregrinação tem sido uma constante e faz parte do projeto administrativo do presidente.

O sindicato negociou a primeira Convenção Coletiva de Trabalho, definindo direitos e deveres dos trabalhadores. O que mais se destaca nas cláusulas econômicas é o salário dos trabalhadores. Antes de o sindicato existir o salário da categoria era o mais defasado, causando total insatisfação. Hoje a remuneração é uma das melhores e está entre os principais salários da região. Além disso, várias conquistas foram obtidas, benefícios que estão à disposição da categoria profissional.

Juscemar Pavão

Presidente do Sitercomoc

Dizem que quando mais difícil melhor. Este até pode ser um pensamento comum, mas serve perfeitamente para nosso caso. Dificuldades, problemas, tumultos, confrontos, ameaças, turbulências, tensão, nervos a flor da pele e irritações. Não foi nem um, nem dois. Foram oito anos de incessante luta para conquistarmos nossa independência sindical.

Mas valeu o esforço, a dedicação, a persistência. Graças ao arrojado comportamento mantido, fomos vitoriosos e hoje temos nosso próprio organismo sindical. Quem trabalhou contra desconhecia o poder de mobilização e resistência de nossa categoria. Apostaram que venceriam e se deram mal. Nós provamos que com vontade e a razão do lado, não há obstáculo que não possa ser superado. Por questão de justiça a vitória nos favoreceu. Lutávamos por nossos ideais, pela nossa categoria, pela nossa independência, pela nossa particular organização.

Passaram-se oito anos, mas conseguimos. Temos nossa entidade sindical trabalhando por nós. Isso não acontecia quando pertencíamos ao sindicato estadual que tudo vez para evitar a criação de nosso organismo sindical, mas se deu mal. Hoje estamos estruturados, somos fortes, organizados e com destacada representatividade atuando na defesa dos interesses de todos. Somos livres para decidir pelo que é melhor, pelo que queremos, pelo nosso futuro. A luta foi árdua, desgastante, mas tudo valeu a pena. Hoje temos admiração, estamos verdadeiramente unidos, nossa honra e dignidade estão preservadas e, acima de tudo, somos respeitados.

No sindicalismo vivemos com satisfação, entusiasmo e alegria a verdadeira cidadania. Com orgulho ainda vivemos a euforia do primeiro dever cumprido. No entanto, temos muito a fazer pela nossa categoria. Esperemos sempre poder contar com o apoio de todos os profissionais da área. Agora vamos em frente porque novos desafios se apresentam e também estes haveremos de superar. Assim, com fé, disposição e força de vontade nossos representados poderão dispor das melhores condições de trabalho e da melhor qualidade de vida possível.


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