Distribuidora internacional quer instalar o self service no país, procedimento que pode originar o fim dos postos convencionais
Chapecó (1.4.2014) - Forte pressão está sendo exercida a nível nacional para evitar a extinção dos frentistas de postos de combustíveis. A possibilidade está amparada em eventual instalação de 2.000 postos que distribuidora internacional quer colocar em funcionamento no país, todos com Self Service ou autoatendimento, sistema que dispensa trabalhador para o abastecimento.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas Revendedoras de Combustíveis e Derivados de Petróleo - Sitercomoc Juscemar da Maia Pavão disse que existe grande mobilização em todo o país para evitar o que ele considera como “uma tragédia”. O assunto foi um dos temas debatidos no 2º Encontro Nacional dos Sindicatos Frentistas, filiados na Força Sindical. Pavão participou do evento realizado na capital do Rio Grande do Norte, Natal, promovido pela secretaria de combustível da Força Sindical Nacional.
A instalação dos postos auto service significará fim de trabalho para mais de 500 mil frentistas (empregos diretos) em todo o país. No entanto, os trabalhadores não serão os únicos prejudicados. Mais de 39 mil proprietários de postos também terão sua atividades comprometidas. “Serão duas categorias extintas” diz o dirigente sindical. Isso desalojará mais de 2 milhões de pessoas em todo o Brasil.
A instalação das bombas com autoatendimento está sendo pedida ao Governo Federal. Pavão observa, porém, que a Constituição brasileira não autoriza auto service no país. A lei maior precisaria ser alterada “mas sabemos que não existindo repressão à tentativa que atende interesses internacionais, isso poderá acontecer”, alerta. O auto serviço é atividade não prestada por empregados, mas sim efetuado pelos próprios clientes ou consumidores.
Quem ganha? - Outra questão que dominou o encontro foi o lucro proveniente dos combustíveis. O presidente do Sitercomoc explica que existe muito dinheiro “com destino incerto” entre a saída do produto da Petrobras (detém o monopólio do combustível) até o consumidor. Existe enorme diferença de valores entre a produção e receita final. “Precisamos saber quem está levando a maior parte do bolo”, pede o sindicalista.
Pavão mostra que na cadeia produtiva do combustível, o menos valorizado e em consequência o mais penalizado “é justamete o frentista”. O assunto passa a ser discutido com mais intensidade também por todas as centrais sindicais.
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Foto: Pavão diz que eventual instalação do sistema causará prejuízos incalculáveis
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Assessoria de Imprensa Sitercomoc